Mulata Exportação
" Mas que nega linda
E de olho verde ainda
Olho de veneno e açúcar
Vem, nega, vem ser minha desculpa
Vem que aqui dentro ainda te cabe
Vem ser meu álibi, minha bela conduta
Vem, nega exportação, vem meu pão de açúcar!
(Monto casa procê mas ninguém pode saber, entendeu meu dendê?)
Minha memória confundida, meu futebol, entendeu meu gelol?
Rebola bem meu bem-querer, sou seu improviso, seu karaoquê
Vem, nega, se eu ter que fazer nada. Vem sem ter que me mexer
Em mim tu esqueces tarefas, favelas, senzalas, nada mais vai doer
Sinto cheiro docê, meu maculelê, vem, nega, me ama, me colore
Vem nega, vem me arrasar, depois te levo pra gente sambar"
Imaginem: Ouvir tudo isso sem calam e sem dor
Já preso esse ex-feitor, eu disse: "Seu delegado"
E o delegado piscou
Faleei com o juiz, o juiz se ensinuou e decretou pequena pena
com cela especial por ser esse branco intelectual...
Eu disse: " Seu juiz, não adianta! Opressão, Barbaridade, Genocpidio
nada disso se cura trepando com uma escura"!
Ó minha máxima lei, deixai de asneia
Não vai ser um branco mal resolvido
que vai libertar uma negra
Esse branco ardido está fadado
porque não é com lábia de pseudo-oprimido
que vai aliviar seu passado
Olha aqui, meu senhor
Eu me lembroda senzala
e tu te lembras da casa-grande
e vamos juntos escrever sinceramente outra historia
Digo, repito e não minto
Vamos passar essa verdade a limpo
porque não é dançando samba que eu te redimo ou te acredito:
Vê se te afasta, não insista, não invista!
Meu nojo
Meu engodo cultural
Minha lavagem de lata
Porque deixar de ser racista, meu amor, não é comer uma mulata!
Recital de Poesia
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